EUCALIPTO TRATADO EM AUTOCLAVE

O Eucalipto foi introduzido no Brasil em torno de 1865 como árvore decorativa e começou a ser plantado para fins industriais em 1903. Postes e Eucalyptus longifólia in natura foram usados para linhas telefônicas em 1916, no Estado de São Paulo, e duraram seis anos, o que reflete a baixa durabilidade natural da espécie, necessitando, pois, de tratamento preservativo.

Novas tentativas de utilização de postes de eucalipto, sem tratamento, foram repetidas de 1920 a 1930, como decorrência da disponibilidade dessa essência exótica, escassez existente já naquela época de espécies nativas e ainda da demanda crescente de postes, devida a expansão da energia elétrica, que começou a ser gerada hidraulicamente no final do século XIX.
 

O alburno (brancal) tanto das madeiras de cerne durável, bem como o das madeiras de reflorestamento e, entre elas o de eucalipto, apresentam baixa durabilidade natural aos agentes xilófagos (fungos e insetos, entre outros), necessitando, portanto, de tratamento com produtos adequados de forma que, ao final do processo, se obtenha uma coroa externa suficientemente penetrada e com uma absorção de produto químico suficiente para inibir o processo de deterioração biológica.
 

Somente em 1945 surgiu a primeira usina operando sob pressão para o tratamento de madeira. As vastas dimensões territoriais e condições de clima e de solo favoráveis à implantação de florestas fizeram com que o Brasil se notabilizasse como um país de elevada vocação florestal. Assim é que, espécies exóticas, como o eucalipto e o pinus apresentaram extraordinário crescimento, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, contrastando com aqueles exibidos por países de clima frio e temperado, onde esses valores ficam na faixa de 60-80 anos.
 

Na década de 70, o setor madeireiro, e em particular o de preservação de madeiras, ganhou um grande impulso em função do aperfeiçoamento tecnológico das indústrias e do surgimento de grande maciços florestais, principalmente de eucalipto, como resultado da política governamental de incentivos fiscais para o reflorestamento, o que deu origem a uma tecnologia silvicultural de florestas plantadas, hoje reconhecida em todo o mundo, com trato silvicultural adequado e com adoção de técnicas de melhoria genética para plantio.
 

Atualmente a área reflorestada com o gênero eucalipto no Brasil atinge a três milhões de hectares. Esses dados refletem que a indústria de preservação de madeiras tem todas as condições para continuar suprindo a demanda atual e o aumento estimado como conseqüência do programa que objetiva levar energia elétrica, a 12 milhões de brasileiros que não têm acesso a esse tipo de serviço.
 

Dessa atividade industrial, podem ser destacados vários benefícios, como:
 

Esta obrigatoriedade deve ser observada exclusivamente com relação às essências florestais passíveis de tratamento. São passíveis de tratamento preservativo as peças de madeira portadoras de alburno ou as que, sendo de puro cerne, apresentem alguma permeabilidade à penetração dos produtos preservativos em seus tecidos lenhosos. No caso do uso de madeira de cujo alburno foi descartado, o seu cerne deve ser de alta durabilidade natural aos fungos apodrecedores e insetos xilófagos (brocas-de-madeira e cupins) para as condições de risco a que a madeira tratada for submetida.
 

Com relação ao tratamento preservativo da madeira, deve ser considerada a utilização de produtos preservativos e processo de tratamento de menor impacto ao meio ambiente e à higiene e segurança, a disponibilidade de produtos no mercado brasileiro, os aspectos estéticos (alteração de cor da madeira, por exemplo), aceitação de acabamento contínuo.
 

Só devem ser utilizados os produtos preservativos devidamente registrados e autorizados pelo Ministério do Meio Ambiente, através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avalia os resultados dos testes para classificação da Periculosidade Ambiental. Assim como, para o tratamento industrial da madeira, deve-se exigir registro no Ibama das usinas de preservação de madeira e outras indústrias que utilizam esses produtos sendo introduzida na autoclave e ao fundo a cabine dos controles automáticos de operação e tratamento ou aguardando inspeção final de aprovação para posterior embarque.
 

Para a produção do poste de madeira há uma economia substancial no consumo de energia. Por exemplo: para a produção de um poste de eucalipto gasta-se cerca de 1.050 kcal, enquanto que para o poste de concreto atinge 550.000 kcal.
 

Os produtos químicos empregados na preservação de postes são na sua maioria hidrossolúveis e à base de cobre, cromo e boro (preservativo CCB) ou à base de cobre, cromo e arsênio (preservativo CCA). O cromo hexavalente, presente em ambas as formulações, é reduzido à cromo trivalente em contacto com os açúcares redutores da madeira. Esse processo de redução de valência é responsável pela fixação dos outros elementos químicos à estrutura da madeira, na forma de sais complexos insolúveis.
 

Isto equivale a dizer que, ainda do ponto de vista ecológico, a utilização do poste de madeira tratada é bastante segura, tendo em vista que as formulações comerciais existentes e estabelecidas por normas nacionais e internacionais são balanceadas em função da máxima eficiência em relação aos agentes xilófagos (microrganismos e insetos) e mínima lixiviação dos elementos químicos, ficando sempre abaixo dos valores de toxidez toleráveis para o meio ambiente.
 

Os valores aceitáveis de retenção e penetração de produtos químicos no poste de madeira são especificados por norma o que possibilita um controle de qualidade rigoroso, tanto da solução preservativa como da madeira tratada. A seguir, vê-se um espectrofotômetro de absorção atômica que permite o controle da qualidade dos postes de madeira preservada. Além do Convênio mantido entre o IPT e a ABPM , que controla a qualidade do produto acabado, é essencial que cada usina tenha um laboratório em suas dependências, possibilitando a diminuição do número de rejeitos, quando da inspeção final, permitindo assim o fiel cumprimento dos cronogramas de entrega a seus clientes.
 

Com todos esses cuidados obtém-se um produto final com durabilidade esperada de 25 anos (embora por norma a garantia do produtor seja de 15 anos), valor que pode ser estendido mediante a adoção de um programa de manutenção preventiva, com previsão de inspeções periódicas (em geral a partir do oitavo ano) e, se for o caso, o emprego de medidas curativas como, por exemplo, o reforço, in loco, do tratamento na linha de aforamento do poste com substâncias específicas para esse fim.
 

Programas desse tipo são usados, com pleno êxito, em países como os Estados Unidos que consomem cerca de seis milhões de postes preservados por ano em suas linhas de eletrificação.
 

Entre as vantagens técnicas, comerciais e de logística apresentadas pelo poste de eucalipto preservado, em relação a seus suscedâneos de outros materiais estão:
 

Choque mecânico: em função da maior elasticidade da madeira, esses postes são menos sensíveis aos choques mecânicos em comparação a outros materiais.
 

Manuseio e Transporte: o custo de transporte do poste de eucalipto tratado é menor por pesar menos que o poste equivalente de outro material; não exige equipamento especial ou maiores cuidados para carga e descarga; essa facilidade sobeja em locais acidentados ou de difícil acesso, uma vez que podem ser arrastados, até mesmo, por tração animal.


Fonte e Autor: Antônio Francischinelli

Início | Empresa | Produtos | Aplicações | Orçamento | Fale Conosco | Localização

Eco Sul - Todos os seus direitos reservados